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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cria e vive!

A ideia é simples: cria e vive! Faça e exista! Isso mesmo, com exclamação e tudo que tem direito.

E começo a explicar pela exclamação. Isso é mais que um escrito, é um manifesto. E manifesto tem que ter ímpeto, sentimento, garra. Não é comum escrever com exclamações. Não é normal me ver exaltado. Porém um manifesto precisa disso. Precisa de exclamações! Precisa também de verbos no imperativo. Precisa de palavras de ordem. Precisa de ação. Primeiro pare e pense, depois cria e vive! Sei que viver não está no imperativo, mas também não preciso dar uma ordem pra alguém ficar vivo, até porque se criar, ele vive automaticamente. Ué, não entendeu?

Muitos já tentaram definir o que faz o homem viver. Viver não apenas biologicamente. Falo daquilo que o que o difere de outros seres, qual é a raison d'être (razão de existir) de cada um. Descartes insistiu na racionalidade, com o clássico "penso, logo existo". Mas a irracionalidade humana foi bem exposta por Nietzche e explorada patologicamente por Freud. Os linguistas e filósofos da linguagem ganharam terreno, afirmando que o homem é o que é porque se comunica. Esse é o meu ponto de vista. Os conceitos de sociedade e cultura não existiriam se não fosse feito algo para alguém. Nunca encerramos nossos projetos apenas para nós mesmos. Mesmo quando projetamos algo para nosso desenvolvimento, inserimos outras pessoas no processo. Ao fim e ao cabo, Teilhard de Chardin estava correto quando em pleno XIX pensou na clássica expressão "nenhum homem é uma ilha".

Mas e daí? Daí que pra comunicar é preciso criar. Sim, criar algo novo, algo seu, sua interpretação sobre algo. Mas ao invés de criarmos, vivemos em um mundo que estimula a leitura e o consumo. Quantos livros leu, quantos filmes viu, assistiu àquele programa? Não viu? Ah... que pena! Temos que ficar antenados em tudo que de novo sai, e assim ocupamos nossas cabeças mais em receber que criar. Mas não sou tolo. Sei muito bem que os processos não são isolados. É necessário também ler, assistir pra criar. Mas será mesmo que em algum momento criamos? Será que nós falamos com outras pessoas algo construtivo ou apenas reproduzimos notícias de jornais e narramos nossas vidas? Que há de conteúdo interpretativo de nossa realidade? Assistimos a um filme, mas debatemos acerca do mesmo ou resumimos o debate em "foi legal"? Isso realmente é comunicar!? Façam um breve exame de consciência sobre seus últimos papos e vejam se há o seu ponto de vista nele...

A conclusão é que não somos estimulados. Vamos nos anestesiando desde a infância, em que apenas (re)produzimos o senso comum. Nosso tempo de diversão é passivo. E assim vivemos sempre para "assistir/ver/consumir algo". Assim aprendemos que a cultura é algo pra ser consumido e não criado, mas será que é assim? Pouco a pouco aprendemos que "temos dificuldade de criar"e que aquilo não é pra nós. Ficamos aqui quietos vendo o mundo girar. Será? Será que temos que ficar aqui sem dar nossa própria contribuição cultural e comunicativa pro mundo?

A própria internet exemplifica esse fenômeno.Recebemos vários e-mails. Muitos de propagandas ou correntes. Quantos escrevemos? Quantas vezes interferimos em nossa realidade? Quantas vezes nós escrevemos algo por nossa própria vontade?

Já notaram que as tarefas mas costumeiras que temos nos são impostas, e quase nunca saímos da rotina? Nossa liberdade criativa é tolida por um sistema que apenas quer que nos inseramos no fluxo da reprodução e do consumo. Será que nunca pensaram nisso? Será que a imobilidade vai continuar e você vai voltar a consumir logo após terminar esse texto?

Faça algo novo! Estimule a criatividade! Refresque a cuca! Pinta, escreva, desenhe! Cozinhe algo novo! Debata, conversa! Faça escultura de massinha! Mas faça! E distribua! Fotografe! Comente! Exista! Cria e vive!

Obs.: Favor não usar uma retórica fuleira criticando o meu texto argumentando que eu estou tentando manipular também as pessoas, e que ler o meu texto também é consumir. Aviso: não vai funcionar.

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